segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Sexualidade...

Os primeiros sinais

A sexualidade no ser humano surge aliada ao desenvolvimento normal do bebé. 

A sexualidade evolui desde o nascimento ao final da adolescência, levando à escolha do objecto sexual na idade adulta. Para uma personalidade estável, uma boa capacidade emocional e uma boa capacidade de estabelecer relações afectivas estáveis, a sexualidade bem construída tem um papel fundamental. 

A sexualidade no ser humano surge aliada ao desenvolvimento normal do bebé. Manifesta-se como uma curiosidade, onde a criança vai descobrindo o seu corpo, novas sensações, emoções e sentimentos ligado ao sexo biológico. Desta forma, a busca de si baseia-se na premissa de evitar a dor e procurar o prazer. Começa na fase Oral, segundo Freud, onde o bebé procura e aprende a esperar a satisfação dos seus desejos, ao mesmo tempo que vai explorando e conhecendo o seu corpo.Por volta dos dois anos, entramos numa nova fase, fase Anal, onde a criança aprende que controla o seu próprio corpo, controlando os esfíncteres, retirando simultaneamente prazer deste acto. Por volta dos três anos começa a descobrir as diferenças anatómicas entre os dois sexos, aumentando a curiosidade por si e pelo outro, levando a uma construção da sua identidade individual e sexual. Nesta exploração a criança vai usar muito o toque para se conhecer e se estimular. A partir daqui, entra na fase Fálica, onde começa a conhecer a dimensão mais psíquica do ser rapariga ou rapaz, aprende a dimensão cultural e comportamental destes conceitos, e identifica-se com a sua própria dimensão passando a agir e a sentir segundo essa base. Aqui acaba por procurar o sexo oposto.
  
À procura de respostas 

Nesta altura, as curiosidades são muitas e cabe aos adultos que estão perto da criança, esclarecê-la, adequando a linguagem, respondendo de forma segura, tranquila e sem tabus. A forma como esta informação é transmitida vai modelar a criança na forma como encara este tema. Se os adultos revelarem constrangimento ou fugirem ao assunto, a criança vai ver este tema como algo proibido ou negativo, procurando sozinha as respostas, podendo mesmo não encontrar explicações adequadas. 

 Posteriormente, dá-se a passagem da fase de criança a adulto – a fase da adolescência. Uma fase rica em mudança, preenchida muitas vezes por dúvidas e angústias, numa descoberta de si próprio, do seu corpo, da sua forma de ser. 

As alterações hormonais 

É durante a adolescência que ocorrem as alterações ao nível hormonal, físico e psicológico. As primeiras transformações iniciam-se com as alterações fisiológicas, após o cérebro (mais especificamente o hipotálamo) estimular as glândulas sexuais femininas (ovários) e masculinas (testículos), de modo a aumentar a produção hormonal em cadeia. Com estas alterações hormonais começam a ocorrer mudanças ao nível físico. 
  
Nas meninas

No caso das meninas, este período ocorre geralmente entre os 8 e os 14 anos, sendo os primeiros sinais o crescimento dos seios, seguido do aparecimento de alguma pilosidade na púbis, nas pernas e nos braços, o corpo alonga e as ancas definem-se. Internamente ocorre em simultâneo uma maturação ao nível dos ovários e do útero aparecendo a primeira menarca. Estas alterações corporais causam algum desconforto e geram mecanismos diferentes de resposta, seja para esconder as alterações com roupa mais larga ou pelo contrário, maximizar essas novas curvas com roupas mais senhoris. Nesta fase surgem novos interesses, novas emoções. As preocupações com a aparência física e com a capacidade de sedução aumentam, sentindo pela primeira vez emoções do foro mais sexual bem como criam pensamentos românticos. Estas alterações causam alguma insegurança e vergonha perante o corpo, existindo simultaneamente uma procura de ternura e afecto, com um grande desejo de agradar e alguma inquietação perante a rejeição.
  
Nos rapazes 

No caso dos rapazes, o processo é semelhante, na medida em que começa pelas alterações fisiológicas que se manifestam nas mudanças corporais e psicológicas, terminando numa maturação mais global. Esta fase no sexo masculino ocorre geralmente entre os 11 e os 16 anos. Existe um aumento dos órgãos genitais, pénis e testículos, surge alguma pilosidade na zona púbica, pernas, axilas, e peito. Já aos 16 /17 anos começam a aparecer alguns pelos faciais, a barba. Ocorre ainda um alongamento do corpo, com um aumento da musculatura e alargamento do dorso, bem como alterações da voz. Com esta maturação as erecções começam a surgir mais frequente bem como as ejaculações. Este crescimento é desarmónico, e por essa razão, torna-se por vezes mais penoso a adaptação às novas formas e a comparação com os pares. Ao contrário das meninas, as emoções masculinas são mais eróticas, acabando pelas formas femininas aumentarem-lhe o desejo, sentindo-se mais confiantes e mais investidos na parte sexual e menos no romantismo. 

  A puberdade

Apesar disto, a evolução dos órgãos sexuais e a sua exposição pode causar alguma inquietude com os pares, sentido sempre receio de serem criticados ou gozados pelos colegas, que possam já estar numa fase mais avançada da puberdade. Este processo de maturação, com respectiva mudança do interesse e desejo, tanto em rapazes e raparigas, promove uma nova busca de pares e uma aprendizagem emocional na gestão do contacto com o sexo oposto, com o mesmo sexo, com a frustração, com a rejeição, etc. 

 É fundamental uma estrutura psíquica estável, assim como figuras de referência e um acompanhamento familiar constante, disponível para os escutar, tirar dúvidas, informar, que respeite os seus espaços, medos e desejos. Se mesmo quando tudo corre bem e a adolescência é rica de experiências positivas e com uma rede de pares e adultos equilibrada, para os jovens adolescentes pode parecer uma eternidade angustiante, quando existem problemas ao longo da maturação e nos primeiros contactos sexuais, este crescimento pode ser ainda mais doloroso e problemático. Os primeiros sinais são evidentes para todos os adultos que acompanham este jovem: pais, avós, irmãos, professores, amigos, etc. 

Todos nós já passámos por isto e não há como evitar erros, desilusões. O que importa é ajudá-los a lidar com os aspectos menos positivos e apoiá-los na potencialização de momentos positivos. Cada vez mais, o acesso à informação e a sexualidade em si é algo banal na nossa sociedade. Contudo, não devemos descurar no acompanhamento, principalmente quando o excesso de informação e facilidade podem tornar-se, por vezes, inimigos de situações em que nem tudo corre bem. Os jovens não atingem a maturação toda ao mesmo tempo nem se desenvolvem da mesma forma. Vão despertando para a sexualidade a seu ritmo, estimulado pelo contexto em que estão inseridos, e aprendendo com os modelos que os circundam. É uma fase complexa mas ao mesmo tempo enriquecedora com grande peso na determinação da pessoa adulta em que as nossas crianças se transformam. 

  Texto: Dra. Carla Dias da Costa, Psicóloga 
 Clínica – Clínica da Educação
Texto restirado daqui

7 comentários:

  1. OiLuana, muito bom esse texto. Bem informativo e esclarecedor.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  2. Bom mesmo o texto. BeijoBeijo. Andrea e Lara. http://coisas-da-lara.blogspot.com.br

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  3. Muito importante essas informações......obrigada por compartilhar...bjus

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  4. Ola... Adorei, aprendi muito!!! Bjs
    Vivi e Isaac

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  5. Olá, florzinha...Muito importante essa postagem e de extrema importancia e esclarecimento.
    bjs ♥

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  6. ótimo post .... com certeza muito iimportante essas informações!!!

    Beijos Mi Gobbato
    http://espacodasmamaes.blogspot.com.br/

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  7. Logo logo , são os nossos que estarão entrando nessa fase ! Parabéns pelo post bjs http://mamaedeunhafeita.blogspot.com

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Que bom que você veio deixar seu comentário...Fico muito feliz...volte quantas vezes desejar!!!! bjo. Luh